A segunda proposição diz respeito aos conteúdos culturais subjectivados. O professor deve pensar e propor aos seus alunos conhecimentos interligados, conhecimentos complexos, que eduquem para a vida. Conhecimento complexo não significa aquele complexo que complica, sinônimo de difícil, de inalcançável, inantingível. O complexo na contemporaneidade deve ser pensado/visto como um fenômeno possível, porém que exige de nós esforço nas reflexões, nas relações cognitivas, evitando o senso comum, o pensamento simplista, reducionista.
Conteúdos subjectivados não significam dizer o que o autor disse, mas, ampliar este campo de visão. O que eu digo do que o autor disse? Qual é a minha opinião sobre isso? Auferir significado ao conteúdo trabalhado, ampliar o campo de visão, dialogar com o autor - processo de subjectivação. Como este conteúdo me afeta? O que ele me diz? Como me toca?
Qualquer conteúdo é válido, assim como todas as entradas são boas, o importante é que haja múltiplas saídas.
Estamos falando do desejo como processo de produção. E o desejo é sempre revolucionário porque demanda sempre mais conexão, mais agenciamento. O desejo, ou o afeto, o devir dos corpos, afetar e ser afetado.
A subjectivação é o processo, o modo singular como cada um produz a flexão, a curvatura, ou a dobra de um determinado conteúdo.
Marilda Oliveira de Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário